Abre-alas

Quero a poesia rebelde

éter das alturas

absinto dos antigos

 

Quero essa loucura alegre

serenata das mulheres

campo para o trigo!

 

Quero essa semeadura escassa

essa poeira de estrela

que me arde os olhos e abraça

 

Quero essa amplitude extrema

esse véu cheio de cascatas

essa luz de lua cheia!

 

Esse sorriso trigueiro

de arte sem fim e sem freio

desse mundo de ilusão

 

Pois todos sentem o gracejo

desse barco sem timoneiro

e só sabem lhe dizer não!

 

[© Rosy Feros, 1993]

 

 

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